Curso ENEM - Aula 2 - Questões de História
Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e
Macedônios)
1) A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou
por escrito um velho direito costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o
código permitia, em última análise, matar o devedor; ou vendê-lo como escravo
“do outro lado do Tibre” — isto é, fora do território de Roma.
CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na
Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
A referida lei foi um marco na luta por direitos
na Roma Antiga, pois possibilitou que os plebeus
a)
modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.
b)
exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
c)
conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.
d)
ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.
e) reivindicassem
as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.
2)A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda,
com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo
necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em
primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas;
em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro
lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o
pensamento: Tudo é um.
NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
a) O impulso para transformar,
mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais.
b) O desejo de explicar, usando metáforas, a
origem dos seres e das coisas.
c) A necessidade de buscar, de forma racional,
a causa primeira das coisas existentes.
d) A ambição de expor, de maneira metódica, as
diferenças entre as coisas.
e) A tentativa de justificar, a partir de
elementos empíricos, o que existe no real.
Medievalidade Europeia
3)
Sempre teceremos panos de seda
E nem por isso vestiremos melhor
Seremos sempre pobres e nuas
E teremos sempre fome e sede
Nunca seremos capazes de ganhar
tanto
Que possamos ter melhor comida.
CHRÉTIEN DE TROYES. Yvain ou le chevalier au
lion (1177-1181). Apud MACEDO, J. R. A mulher na Idade Média. São Paulo:
Contexto, 1992 (adaptado).
O tema do trabalho feminino vem
sendo abordado pelos estudos históricos mais recentes. Algumas fontes são
importantes para essa abordagem, tal como o poema apresentado, que alude à:
a) inserção das mulheres em
atividades tradicionalmente masculinas.
b) ambição das mulheres em ocupar
lugar preponderante na sociedade.
c) possibilidade de mobilidade
social das mulheres na indústria têxtil medieval.
d) exploração das mulheres nas manufaturas
têxteis no mundo urbano medieval.
e) servidão feminina como tipo de mão de obra
vigente nas tecelagens europeias.
4)
Queixume das operarias da seda
Sempre tecemos panos de seda
E nem por isso vestiremos melhor [...]
Nunca seremos capazes de ganhar tanto
Que possamos ter melhor comida [...]
Pois a obra de nossas mãos
Nenhuma de nós terá para se manter [...]
E estamos em grande miséria
Mas, com os nossos salários, enriquece aquele para
quem trabalhamos
Grande parte das noites ficamos acordadas
E todo o dia para isso ganhar
Ameaçam-nos de nos moer de pancada
Os membros quando descansamos
E assim, não nos atrevemos a repousar.
CHRÉTIEN DE TROYES apud LE GOFF. J. Civilização do Ocidente
Medieval. Lisboa: Edições 70, 1992.
Tendo em vista as transformações socioeconômicas da Europa
Ocidental durante a Baixa Idade Média, o texto apresenta a seguinte situação:
a) Uso da coerção no mundo do trabalho artesanal.
b) Deslocamento das trabalhadoras do campo para as cidades.
c) Desorganização do
trabalho pela introdução do assalariamento.
d) Enfraquecimento
dos laços que ligavam patrões e empregadas.
e) Ganho das
artífices pela introdução da remuneração pelo seu trabalho.
5)
TEXTO I
Não é possível passar das trevas da ignorância para a luz da
ciência a não ser lendo, com um amor sempre mais vivo, as obras dos Antigos.
Ladrem os cães, grunhem os porcos! Nem por isso deixarei de ser um seguidor dos
Antigos. Para eles irão todos os meus cuidados e, todos os dias, a aurora me
encontrará entregue ao seu estudo.
BLOIS, P. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade
Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.
TEXTO II
A nossa geração tem arraigado o defeito de recusar admitir
tudo o que parece vir dos modernos. Por isso, quando descubro uma ideia pessoal
e quero torná-la pública, atribuo-a a outrem e declaro: — Foi fulano de tal que
o disse, não sou eu. E para que acreditem totalmente nas minhas opiniões, digo:
— O inventor foi fulano de tal, não sou eu.
BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade
Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.
Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre
as mudanças culturais ocorridas no século XII no Ocidente. Comparando os
textos, os autores discutem o(a):
a) produção do conhecimento face à manutenção dos argumentos
de autoridade da Igreja.
b) caráter dinâmico
do pensamento laico frente à estagnação dos estudos religiosos.
c) surgimento do
pensamento científico em oposição à tradição teológica cristã.
d) desenvolvimento do
racionalismo crítico ao opor fé e razão.
e) construção de um
saber teológico científico.
6) A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto,
dividida em três: uns oram, outros combatem, outros,enfim, trabalham. Essas
três partes que coexistem não suportam ser separadas; os serviços prestados por
uma são a condição das obras das outras duas; cada uma por sua vez encarrega-se
de aliviar o conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz
.
ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos
históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981.
A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida
durante a Idade Média. Um objetivo de tal ideologia e um processo que a ela se
opôs estão indicados, respectivamente, em:
a) Justificar a
dominação estamental / revoltas camponesas
b) Subverter a
hierarquia social / centralização monárquica.
c) Impedir a
igualdade jurídica / revoluções burguesas.
d) Controlar a
exploração econômica / unificação monetária.
e) Questionar a ordem
divina / Reforma Católica.
7)
Os calendários são fontes históricas importantes, na medida
em que expressam a concepção de tempo das sociedades. Essas imagens compõem um
calendário medieval (1460-1475) e cada uma delas representa um mês, de janeiro
a dezembro. Com base na análise do calendário, apreende-se uma concepção de
tempo
a) cíclica, marcada
pelo mito arcaico do eterno retorno.
b) humanista,
identificada pelo controle das horas de atividade por parte do trabalhador.
c) escatológica,
associada a uma visão religiosa sobre o trabalho.
d) natural, expressa
pelo trabalho realizado de acordo com as estações do ano.
e) romântica,
definida por uma visão bucólica da sociedade.
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